quinta-feira, 26 de julho de 2007

A Volta da Alma

O excesso de informação que está em todos os lados pros quais eu olho me deixa tão anestesiada que poucas coisas têm conseguido despertar algum sentimento ou interesse verdadeiro em mim. Mas eu acabei de reler o livro do Ricardo Kotscho e percebo que minha alma finalmente retornou ao meu corpo, pois sou surpreendida por um turbilhão de emoções e pensamentos. Ler um bom livro sempre tem esse poder de fazer com que meu corpo e minha alma estejam no mesmo lugar ao mesmo tempo. Sei lá onde ela estava - talvez se encontrando com Deus em alguma ilha do pacífico, em Jerusalém, no Tibet. Vagando em busca de uma definição, de sentidos profundos para sua existência, cheia de um romantismo que não combina com o mundo ao seu redor. Só sei q eu estava a procurar por ela nos cantos da casa, em lugares-comuns, nos bolsos das minhas roupas, sozinha, acompanhada, esperando que alguém fosse capaz de encontrá-la por mim. Não sinto apenas que ela voltou, mas que está inflando dentro de mim, sinto meu corpo ir ficando pequeno pro seu tamanho. Volto a ter prazer ouvindo música, começo a perceber cheiros, parece que eu voltei à vida. Deixo de fazer as coisas mecanicamente, recomeço a desejar um milhão de coisas por segundo.
Ver a vida de um jornalista tão de perto, mas especialmente de alguém que trabalhou com tanto afinco, participou de momentos tão importantes na vida política do país sem se deixar abater pelas zicas em geral, um repórter que fala sobre seus acertos e erros sem o ar de arrogância e superioridade da mídia em relação à todo o resto, renova minha vontade de ser jornalista. Me lembra porque eu marquei a carreira 242 na ficha de inscrição da FUVEST. Me dá vontade de voltar às aulas e dar o máximo de mim apesar de todos os problemas do curso e de todos os problemas que eu sei que vou enfrentar depois que eu me formar... Só espero que esse sentimento dure, que minha alma não saia mais uma vez procurando por Shangri-lá. Eu preciso sempre de alguma coisa que seja capaz de prender meu espírito a esse pedaço de carne fadado ao apodrecimento. Preciso de algo que alimente a minha fé, preciso estar apaixonada o tempo todo (por mais piegas possa parecer) por que só isso é capaz de impedir que eu envelheça precocemente.

3 comentários:

)borbas( disse...

Eu não me sinto apaixonado pelo jornalismo...minha vida não é ser reporter, não é mudar o mundo - coisas que jornalistas fazem e desfazem sempre - tampouco ter o poder de criar a verdade. Meu tesão é por ser chaveiro.
Não sei o que eu busco no jornalismo...


P.S.:"piegas" voltou ao uso no mundo..e ainda sim, pra mim piegas é outra coisa...=]

Quem me dera ter este seu ânimo em dezembro...

)borbas( disse...

Eu acho que o que eu busco no jornalismo é escrever na _piauí...não é nem segurança nem nada...
Sem contar que grandes escritores como Saramago, Mia Couto e Drummond )se eu não me engano( foram jornalistas no começo...
Quem sabe eu não me integre a este grupo daqui algum tempo...
=]

Anônimo disse...

le: eh bom encontrar nossa alma de novo. q bom q vc pode encontra-la lendo um bom livro. pq as vezes eh mais dificil encontrar a alma da gnt. e eu concordo c/ vc, eh preciso estar apaixonada, mas naum axo q por qq coisa mas pela vida, pelo mundo, especialmente pelo mundo. E acho q isso q eh taum dificil... estar sempre apaixonada por esse mundo taum errado...
ah, seus textos saum lindos!!